24º Grito dos Excluídos/as. Vida em Primeiro Lugar. “DESIGUALDADE GERA VIOLÊNCIA: BASTA DE PRIVILÉGIO”
O cartaz do 24º Grito dos Excluídos é de autoria de Nivalmir Santana, artista plástico formado pela Belas Artes de São Paulo e Unesp. Nivalmir trabalha há mais de 28 anos com arte sacra em igrejas espalhadas por todo o Brasil. Atua como músico no curso de verão na PUC SP desde 1991. Há 6 anos formou uma banda de forró pé de Serra chamada Capim novo, e segue comunicando a vida com sua arte.
“Segundo Nivalmir Santana, o cartaz retrata a união dos marginalizados e do povo sofrido que luta por vida mais digna. Esse povo unido caminha para o sol, que ilumina todas as classes. O sol para o qual esse povo se volta é Cristo, que pela Pascoa dissipa todas as trevas e clareia todas as coisas.
A força da MULHER como figura principal, como geradora da vida, que une as forças e luta com o povo sofrido, especialmente na atual conjuntura que vive o povo brasileiro.
A arte pretende trazer esperança, não se prende nas mazelas sociais e injustiças, mas olha para o bem comum, amplia o olhar para ver de outra forma e anima os caminhantes nessa árdua e gratificante tarefa de construir o reino de Deus, começando aqui e agora.”
História do Grito dos Excluídos/as
A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999, o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O que é
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público.
O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito não tem um “dono”, não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é vivido na prática das lutas, pois entendemos que os momentos e celebrações ecumênicas são importantes para fortalecer o compromisso.
Marcas do Grito
O Grito trouxe inovações à mobilização social. A Criatividade, a Metodologia e o Protagonismo dos Excluídos são marcas do Grito.
Metodologia
O Grito privilegia a participação ampla, aberta e plural. Os mais diferentes atores e sujeitos sociais se unem numa causa comum, sem deixar de lado sua especificidade.
Criatividade/Ousadia
O Grito tem a cada ano, um lema nacional, que pode ser trabalhado regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura local. As manifestações são múltiplas e variadas, de acordo com a criatividade dos envolvidos: caminhadas, desfiles, celebrações especiais, romarias, atos públicos, procissão, pré-Gritos, cursos, seminários, palestras…
Protagonismo dos Excluídos
É fundamental que os próprios excluídos assumam a direção do Grito em todas as fases – preparação, realização e continuidade, o que ainda é um horizonte a ser alcançado.
Parcerias
O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, neste mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira, Movimentos Populares, sociais e sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas, Mutirão contra a Miséria e a Fome.
Por que o 7 de setembro
Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.
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