O pai não é só cogerador
“O pai não é só cogerador, mas promotor e zelador da vida”, destaca Dom Jaime Splengler, arcebispo de Porto Alegre, e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Igreja no Brasil dedica atenção especial à paternidade, sobretudo em vista da próxima Semana Nacional da Família, que é se realiza de 11 a 17 de agosto.
Celebrar o “Dia dos Pais”, diz o Arcebispo, “é uma oportunidade privilegiada para resgatar e destacar a importância da paternidade no contexto social, político, econômico e eclesial em que vivemos. O exercício da paternidade humana é uma graça de poder participar da paternidade Divina. A partir da fé, Deus é Pai. Deus gera. E a possibilidade do exercício da paternidade diz desta possibilidade de participar, como pai, da geração da vida”.
O dia dedicado à vocação para a vida e para a família permite dialogar sobre a importância do papel do pai na Igreja e na sociedade. A figura do pai no nosso contexto é fundamental: “Não podemos jamais perder esta dignidade que marca a existência humana. O pai não é só cogerador de uma vida, mas é, sobretudo, promotor e zelador da vida junto com a mãe”.
Vocação paterna
Por sua vez, segundo Dom Manoel João Francisco, Bispo de Chapecó (RS), o ideal de vocação à paternidade está ameaçado por muitos fatores. As diferentes configurações familiares delineadas nos tempos atuais, sem dúvida, trazem à vocação e à missão dos pais grandes desafios, mais especificamente em relação à sua presença no ambiente familiar.
Uma pesquisa, realizada em 2005, em colaboração com o IBGE, afirma que, anualmente, cerca de 800 mil crianças são registradas sem filiação paterna.
Segundo psicólogos e pedagogos, a ausência ou abandono paterno é extremamente prejudicial à vida dos filhos, especialmente quando ainda são crianças e adolescentes. A ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo dos filhos.
A Igreja sempre levou em conta a vocação à paternidade, destacando, sobremaneira, a missão dos pais, porque eles são, para as novas gerações, custódios e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus.
Alegria e honra de ser pai
Enfim, Dom Roberto Francisco Ferreira Paz, Bispo de Campos (RJ), afirma que “uma das maiores alegrias que uma pessoa possa ter é ser pai: acompanhar a origem da vida de um filho e ensiná-lo a caminhar, física e espiritualmente.
A ausência ou opacidade da figura paterna é muito nociva para a estrutura familiar e social. O pai é um ponto de referência e de orientação para seus filhos.
O Bispo de Campos concluiu seu breve depoimento com uma citação do filósofo dinamarquês, Kierkegaard, que, ao ser questionado sobre a sua fé em Deus, se limitou a dizer: “Meu pai me ensinou…”.
Fonte: Vatican News